Suplemento alimentar de Panax notoginseng – saúde cardiovascular

O Panax notoginseng é uma variedade do célebre ginseng considerada como sendo a fonte da “energia vital” e reputada por aumentar a força e o volume do sangue. O notoginseng demarca-se do ginseng clássico, apesar de possuírem ambos uma consonância em comum. As suas propriedades excepcionais conduziram à criação de suplementos nutricionais de primeiro plano.

Uma raiz de ginseng reputada na medicina tradicional

O notoginseng pertence à família das Araliáceas e é originário das províncias de Guangxi e de Yunnan, onde ocupa um lugar de eleição na medicina tradicional chinesa; a sua utilização remete, por exemplo, para os meridianos do fígado e do estômago.
É utilizado para tratar os problemas ligados à circulação sanguínea, as hemorragias (internas e externas), os hematomas e os problemas de coagulação (melhoria do fluxo sanguíneo). Encontramo-lo frequentemente nos estojos de primeiros-socorros para curar as feridas e os ferimentos; em cataplasma, aplicado na zona ferida, pode aliviar as dores e estancar as hemorragias.
Por fim, é também um dos ingredientes do Zheng Gu Shui, um preparado reputado da farmacopeia chinesa, utilizado para melhorar a circulação do sangue e da energia, reduzir a inflamação, diminuir a dor, acelerar o processo de cura ou de cicatrização e ajudar a regenerar os tecidos danificados.

Uma composição excepcionalmente rica em notoginsenósidos e em ginsenósidos

As virtudes do notoginseng são conhecidas graças à sua utilização histórica; aquilo a que chamamos as provas empíricas. Mas hoje em dia conseguimos explicar cientificamente os seus efeitos. Estão ligados à sua riqueza num ácido gordo muito particular – a trilenoleína – mas também, e sobretudo, ao seu teor em ginsenósidos e em notoginsenósidos.

Os ginsenósidos e os notoginsenósidos são saponinas produzidas exclusivamente pelas espécies de ginseng. Contam-se vários tipos: os ginsenósidos Rb1, Rg1, Rd, Re ou ainda Rb2. A investigação ainda não conseguiu desvendar todos os mistérios, mas supõe-se que actuam no organismo de duas formas diferentes: modificando as propriedades das membranas celulares e fixando-se potencialmente nos receptores das hormonas esteróides. Seja como for, os investigadores já evidenciaram os seus efeitos no sistema cardiovascular, no sistema nervoso (nomeadamente com um interesse notável no declínio cognitivo) e no sistema imunitário. Foram também descritas ao longo dos últimos anos propriedades anti-proliferantes, neuroprotectoras e antioxidantes.

Em que casos se deve optar por uma cura de ginseng?

As vantagens do notoginseng são muitas, mas algumas merecem atenção redobrada. Além disso, pode também ser interessante utilizar o notoginseng em caso de:

• problemas cardiovasculares e problemas de circulação associados a estase sanguínea, ou seja, quando o sangue se acumula por obstrução da sua circulação (no decurso de uma trombose, por exemplo, ou quando um defeito mecânico não permite a sua subida, como no caso das varizes);
• danificação das artérias coronárias, antecedentes de enfarte e todas as sequelas respectivas;
• índices de colesterol elevados e hipertensão;
• retinite ou atrofia dos nervos ópticos;
• palpitações, congestão e dores dos brônquios;
• problemas hemorrágicos, bem como do tracto gastrointestinal, como os emanados da cavidade pulmonar, nasal, da bexiga ou ainda uterina. Pode aliás ser interessante associar o notoginseng a outras plantas, como o gengibre, a dedaleira chinesa (rehmannia) ou a raiz de astragalo;
• traumatismos diversos, tanto no plano da dor como da recuperação.

Nas últimas duas décadas a ciência moderna preocupou-se também com as propriedades anti isquémicas, anti enfarte e hipolipemiantes do notoginseng. Estes efeitos notáveis motivaram um certo número de estudos ou de ensaios farmacológicos centrados em diferentes domínios:

• As plaquetas sanguíneas. O ginsenósido 2A inibe, por exemplo, a PAG (platelet agregation rate) nos indivíduos hipertensos.
• A hemostase. Um estudo conduzido em quatro grupos de ratos em dupla ocultação e controlado por placebo mediu os diferentes tempos de hemorragia e de coagulação depois de os animais terem tomado extractos de ginsenósidos e de saponinas. Ficou demonstrado que os ratos tratados evidenciaram um tempo de hemorragia mais curto. Este efeito foi igualmente constatado aquando da aplicação por via externa.
• O sistema imunitário. Os polissacáridos do notoginseng exercem em efeito estimulante relativamente aos linfócitos T, nos estudos in vivo e in vitro. Outras experiências mostraram que o notoginseng propiciava a produção de anticorpos e de interleucinas, o que levou os cientistas a administrá-lo no tratamento de doenças auto-imunes.
• O sistema nervoso e o córtex cerebral. Um estudo animal realizado com ratos permitiu salientar os efeitos positivos das saponinas do notoginseng nas lesões patológicas que afectam os neurónios colinérgicos na doença de Alzheimer. Os resultados obtidos revelaram uma redução das lesões neuronais nos indivíduos tratados com saponinas de notoginseng, relativamente ao grupo de controlo.

Foram também evidenciados outros efeitos, nomeadamente as propriedades hepatoprotectoras do notoginseng relativamente ao etanol (álcool). De facto, a sua administração melhora os índices de determinadas enzimas existentes no interior das células: as ALAT (alanina-aminotransferase, antes SGPT de soro glutamopiruvato transferase) e as ASAT (aspartato-aminotransferase, antes SGOT de soro glutamooxaloacetato transferase). Trata-se de enzimas cujas quantidades aumentam em caso de destruição dos hepatócitos (células do fígado) e mais particularmente no caso de hepatites virais, de uma intoxicação alcoólica, de sobrecarga ponderal ou de envelhecimento ligado à idade. Inibe também a peroxidação lipídica no fígado de ratinhos, um fenómeno responsável pelos danos tecidulares e pelo envelhecimento ligado à formação de radicais livres.
Por fim, um grupo de investigadores notou também propriedades analgésicas do notoginseng relativamente à inflamação e à dor. Este efeito vem sem dúvida ao encontro das conclusões de um outro estudo segundo o qual a toma diária de 1350 mg de notoginseng durante 30 dias melhorou o desempenho em esforço 29 sujeitos com idades entre os 20 e os 35 anos.
. Este efeito vem sem dúvida ao encontro das conclusões de um outro estudo segundo o qual a toma diária de 1350 mg de notoginseng durante 30 dias melhorou o desempenho em esforço 29 sujeitos com idades entre os 20 e os 35 anos.