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O selénio é bom para os cabelos?

Ouve-se por vezes dizer que os suplementos alimentares de selénio ajudam a tornar os cabelos vigorosos, saudáveis e brilhantes. Que fundamento tem isto? Que valor têm face aos outros suplementos reputados para os cabelos, como o zinco e a biotina?

Fontes de selénio para o cabelo

O que é o selénio e que efeitos tem nos cabelos?

O selénio é um oligoelemento necessário em quantidades muito fracas para o bom funcionamento do organismo.

Participa em inúmeras funções essenciais, como a manutenção do sistema imunitário, a síntese das hormonas tiroideias ou ainda o metabolismo da testosterona.

Além destes benefícios, contribui para proteger as células do stress oxidativo participando na síntese da glutationa peroxidase, a célebre enzima antioxidante naturalmente presente no organismo.

Por último, o selénio contribui efetivamente para manter os cabelos saudáveis propiciando o respetivo crescimento, prevenindo a respetiva queda (graças às suas propriedades antioxidantes que protegem os folículos pilosos do stress oxidativo) e melhorando a qualidade do couro cabeludo. Mas aconselha-se realmente incluir a toma de um suplemento de selénio na sua “rotina capilar”?

É mesmo preciso tomar um suplemento de selénio para apoiar os cabelos?

Embora o selénio desempenhe um papel importante na saúde e no aspeto dos cabelos, o consumo de suplementos alimentares de selénio só é benéfico em caso de carência.

Vários estudos (1-2) mostram que na ausência de aportes adequados de selénio (55 μg por dia), o crescimento e a pigmentação dos cabelos sofrem alterações, ao ponto de originar o surgimento de problemas capilares como a descoloração e a queda de cabelo (alopécia). Os mesmos estudos mostraram que a toma de um suplemento adequado permitiria recuperar uma cabeleira saudável num período de 6 meses.

Em contrapartida, para as pessoas cujos aportes alimentares de selénio são satisfatórios (como é frequentemente o caso nos países ocidentais), os suplementos alimentares não permitem melhorar a qualidade, a beleza nem o brilho dos cabelos. Pelo contrário, aportes excessivos conduziriam a uma degradação do estado dos cabelos (3-4) e, por vezes, até a uma aceleração da queda de cabelo.

Existe um risco de carência de selénio?

Frequência e sintomas da carência de selénio

Embora relativamente rara nos países ocidentais, a carência de selénio afetaria mesmo assim entre 500 milhões e 1000 milhões de pessoas em todo o mundo.

Os sintomas típicos incluem fadiga acentuada, perda de força muscular, alterações de humor, irritabilidade, vómitos frequentes, suscetibilidade acrescida às infeções, disfunções da tiroide e… problemas capilares. Nos casos mais graves, pode mesmo originar danos no coração e nas articulações.

Inversamente, existe um risco de intoxicação por selénio em caso de aportes excessivos e prolongados: os cabelos e as unhas tornam-se quebradiços, a pele fica muito sensível e a pessoa em causa sente-se extremamente cansada. Para um adulto, os aportes máximos de selénio toleráveis foram fixados em 400 µg por dia.

As pessoas em risco de défice de selénio

As pessoas mais afetadas por uma carência de selénio são as que vivem em territórios naturalmente pobres neste elemento, como a Nova Zelândia ou a China (5), bem como as pessoas tratadas com quimioterapia e as pessoas que sofrem de doenças intestinais graves, como a doença de Crohn ou a colite ulcerosa.

As fontes e os alimentos ricos em selénio

É fácil ter aportes adequados de selénio na medida em que inúmeros alimentos comuns o contêm (atum, cavala, sardinha, frutos do mar, ovos, carnes, miudezas, cogumelos, frutos de casca rija…). Uma porção de peixe ou de frutos de casca rija (amendoins, castanha-do-maranhão, amêndoas…) basta para atingir os aportes recomendados.

Para as pessoas em situação de carência, pode ponderar-se a toma de suplementos de selénio com a supervisão de um profissional de saúde. Privilegie a L-selenometionina, a forma de selénio que apresenta a melhor biodisponibilidade.

Relativamente às pessoas que desejam melhorar o vigor ou o brilho dos seus cabelos, existem, felizmente, outros suplementos alimentares fiáveis e eficazes.

Os outros suplementos alimentares para a saúde dos cabelos

Os suplementos de zinco – excelentes para os cabelos

O zinco é outro oligoelemento que contribui para manter cabelos saudáveis, estando envolvido no respetivo crescimento e na conservação do folículo piloso.

Vários trabalhos evidenciam níveis insuficientes deste mineral nas pessoas afetadas por queda de cabelo.

Ao optar por um suplemento, aposte, por exemplo, no bisglicinato de zinco, altamente biodisponível (por exemplo, com Advanced Zinc Bisglycinate Lozenges).

A biotina – também conhecida com a “vitamina de beleza”

Apelidada “vitamina da beleza”, a biotina contribui para manter uma cabeleira saudável contribuindo, nomeadamente, para a síntese da queratina, um elemento constituinte fundamental do cabelo, dado que este é constituído por 95% desta proteína.

Como o organismo não consegue fabricar biotina nem armazená-la eficazmente, é necessário obtê-la regularmente através da alimentação ou apoiar-se em suplementos, preferencialmente com doses ideais (como Biotin).

Os suplementos alimentares de queratina – o principal constituinte dos cabelos

Um défice de queratina aquando da síntese de um novo cabelo leva a uma cabeleira baça e quebradiça (6-7).

Por este motivo, a queratina figura como ingrediente principal em inúmeros suplementos destinados à beleza dos cabelos.

A queratina é especialmente interessante quando se apresenta numa forma nitidamente mais bem absorvida pelo organismo: a queratina solubilizada (como em Daily Beauty).

As fórmulas sinérgicas para a saúde e o aspeto dos cabelos

Algumas fórmulas sinérgicas específicas para a saúde e para o aspeto dos cabelos combinam estes três compostos e adicionam-lhes inúmeros outros micronutrientes de interesse, como o MSM ou a colina, em dosagens sabiamente estudadas (é o caso do suplemento alimentar Hair & Nails Formula).

O CONSELHO SUPERSMART

Referências

  1. Vinton NE, Dahlstrom KA, Strobel CT, Ament ME. Macrocytosis and pseudoalbinism: manifestations of selenium deficiency. J Pediatr. 1987;111(5):711–717.
  2. Masumoto K, Nagata K, Higashi M, et al. Clinical features of selenium deficiency in infants receiving long-term nutritional support. Nutrition. 2007;23(11–12):782–787
  3. Tortelly Costa VD, Melo DF, Matsunaga AM. The Relevance of Selenium to Alopecias. Int J Trichology. 2018 Mar-Apr;10(2):92-93. doi: 10.4103/ijt.ijt_37_17. PMID: 29769785; PMCID: PMC5939011.
  4. Almohanna HM, Ahmed AA, Tsatalis JP, Tosti A. The Role of Vitamins and Minerals in Hair Loss: A Review. Dermatol Ther (Heidelb). 2019 Mar;9(1):51-70. doi: 10.1007/s13555-018-0278-6. Epub 2018 Dec 13. PMID: 30547302; PMCID: PMC6380979.
  5. Goldberg LJ, Lenzy Y. Nutrition and hair. Clin Dermatol. 2010;28(4):412–419.
  6. An SY, Kim HS, Kim SY, Van SY, Kim HJ, Lee JH, Han SW, Kwon IK, Lee CK, Do SH, Hwang YS. Keratin-mediated hair growth and its underlying biological mechanism. Commun Biol. 2022 Nov 19;5(1):1270. doi: 10.1038/s42003-022-04232-9.
  7. Tinoco A, Gonçalves J, Silva C, Loureiro A, Gomes AC, Cavaco-Paulo A, Ribeiro A. Keratin-based particles for protection and restoration of hair properties. Int J Cosmet Sci. 2018 Aug;40(4):408-419. doi: 10.1111/ics.12483. Epub 2018 Aug 28. PMID: 30047992.

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