Flácida, descaída… Passada a felicidade de ter dado a vida a um bebé, muitas jovens mamãs desencantam-se no que toca à sua barriga. Os nossos conselhos para reduzir e tonificar esta zona depois do parto.
Se há uma zona que sofre inúmeras mudanças durante a gravidez, essa zona é a barriga! Além da linea nigra e das estrias que marcam a pele, a jovem mamã vê-se por vezes confrontada com uma barriga mole, flácida ou inchada no período pós-natal. Infelizmente, esta situações não desaparecem por um passe de mágica.
Além de uma impregnação hormonal característica, o útero sofre uma expansão dantesca para se adaptar ao crescimento do feto; começando do tamanho de um figo, no início da gestação, fica com o volume de uma abóbora 9 meses mais tarde.
Por isso, é necessário dar tempo aos músculos uterinos para que estes recuperem o seu tamanho inicial, um processo que se chama involução uterina (1). Este processo demora 4 a 8 semanas. É acompanhado por contrações semelhantes aos espasmos menstruais (cólicas) e corrimentos vaginais sanguíneos (lóquios).
A gravidez distende igualmente os músculos da faixa abdominal, o que induz um certo relaxamento (2). Por último, os “quilos da gravidez”, em particular os das reservas adiposas armazenadas para suprir as necessidades energéticas da mãe e do feto, podem demorar tempo a ser queimadas (3). Isto apesar de a expulsão do bebé, da placenta e do líquido amniótico libertarem a jovem mamã de 5 a 8 kg, em média, depois do parto!
As mamãs não são todas iguais no que toca à barriga de gravidez. Se é verdade que algumas recuperam a barriga lisa no espaço de alguns dias ou semanas após o nascimento do bebé, outras precisarão de mais tempo, consoante a natureza da sua pele ou o seu metabolismo (4). Há, aliás, um ditado popular que diz: “9 meses para o fazer, 9 meses para o desfazer”. Paciência e tolerância são o que é preciso.
As mulheres sujeitas a uma cesariana podem, de facto, ter mais dificuldades em perder a barriga post-partum devido a vários fatores:
A reeducação abdominal segue-se geralmente à reeducação do períneo, destinada a tonificar os músculos do pavimento pélvico e iniciada habitualmente nas 6 a 8 semanas após o parto.
Praticada por uma parteira ou um cinesioterapeuta, permite tonificar a faixa abdominal e fecha a diástase (estiramento excessivo dos grandes músculos retos) provocada pela gravidez, fazendo trabalhar os músculos abdominais profundos (7). O método mais conhecido assenta na ginástica hipopressiva que combina apneia expiratória e encadeamento de posturas.
Regra geral, uma vez conseguida esta dupla reeducação, a retoma do desporto não constitui problema.
É vivamente desaconselhado fazer uma dieta drástica imediatamente após o parto, que fragilizaria o organismo já posto à prova por 3 trimestres de gravidez e um parto. Ainda menos em caso de amamentação, que exige rever em alta as suas necessidades energéticas diárias (cerca de + 500 kcal). Em contrapartida, deve ser adotada uma alimentação equilibrada o mais cedo possível para recuperar rapidamente o seu peso de forma (e perder a sua barriguinha).
Neste caso, os conselhos são os mesmos que para a população geral: uma relação correta entre glúcidos, proteínas e lípidos, frutas e legumes em abundância, uma boa hidratação (1,5 L de água por dia) e, principalmente, produtos da terra e pouco transformados (8).
A moderação deve imperar no que toca ao açúcar, ao sal, às gorduras saturadas e ao álcool – totalmente proibido às mamãs que amamentam, voltamos a lembrar! Atenção também às bebidas gasosas e aos legumes crus, que têm tendência para provocar gases.
Contudo, é importante desfrutar (mesmo assim) dos pequenos prazeres bem merecidos desta grande epopeia: uma fatia de bolo caseiro ao fim de semana ou um quadradinho de chocolate preto no fim da refeição, estão aprovados.
A utilização de cintas abdominais é uma tradição ancestral que encontramos em diferentes formas e com vários nomes em inúmeras civilizações: “Rebozo” no México, “Bengkung” na Malásia (9)...
O princípio consiste em envolver a bacia da mamã num tecido longo e rígido para realinhar os ligamentos distendidos pela gravidez e afastados aquando do parto.
A utilização de cinta abdominal pós-natal é preconizada desde os primeiros dias a seguir ao nascimento (mas não até às 6 semanas em caso de cesariana) por períodos com uma duração de 45 minutos. Deve ser repetida regularmente durante os primeiros meses do pós-parto.
Massajar a sua barriga no período pós-natal estimula a circulação sanguínea e linfática potenciando a síntese da elastina e do colagénio, duas proteínas que conferem flexibilidade e firmeza à pele. Além dos seus benefícios físicos, a massagem abdominal produz uma sensação de relaxamento psicológico propício a uma melhor gestão do stress (que é um obstáculo à perda de peso).
Salvo contra-indicações do seu ginecologista, pode ser realizada a partir da primeira semana a seguir a um parto normal. Em caso de cesariana, é preferível aguardar até a cicatrização estar concluída (não antes de 6 semanas).
O truque adicional: para manter uma boa elasticidade dos tecidos, continue a aplicar o seu óleo ou creme anti-estrias habitual.
Não consegue voltar a ter uma barriga lisa depois da chegada do seu bebé? Além de todas estas boas práticas, determinados suplementos alimentares podem apoiar os seus esforços. Atenção: é imperativo aconselhamento médico em caso de amamentação ou de complicações durante o parto.
A semente-do-paraíso, ou “maniguete”, é uma especiaria inscrita há muito tempo na farmacopeia da África Ocidental, onde é utilizada tradicionalmente em caso de desarranjos digestivos. Além disso, inúmeros estudos realizados exibiram o papel do 6-paragol, um dos seus principais constituintes, na termogénese do tecido adiposo (é precisamente por esta razão que Paradoxine®, extraído da semente-do-paraíso, aposta numa normalização de 12,5% de 6-paradol) (10). Contrariamente a muitos agentes “queima-gorduras”, tem a particularidade de ser totalmente isento de cafeína, frequentemente desaconselhada no post-partum.
Como o equilíbrio emocional influencia indiretamente o processo de perda de peso, é igualmente sensato apoiar-se em plantas adaptogénicas para reforçar a sua resistência física e mental. Entre as mais apreciadas em pós-parto, figura a rodiola; além da sua capacidade de apoiar a condição física e o sistema nervoso, suscita duplamente o interesse dos investigadores em virtude da sua afinidade particular com os adipócitos da região abdominal (disponível em Rhodiola Rosea, normalizado a 5% de rosavina e 1,8% de salidrósido para uma eficácia maximizada) (11-12).
Um ensaio aleatório debruçou-se também sobre o interesse potencial da toma de um suplemento de estirpes probióticas Lactobacillus rhamnosus GG e Bifidobacterium lactis durante a gravidez, como complemento das medidas dietéticas, com o intuito de limitar o aumento de peso post-partum (duas estirpes que estão presentes na superaliança Full Spectrum Probiotic Formula) (13).
Referências
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