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Hemorroidas – 5 remédios naturais a aplicar

Dores, ardores ou hemorragias ao nível do ânus; inúmeras pessoas sofrem de hemorroidas (fala-se de 75% das pessoas com mais de 45 anos). Felizmente, alguns remédios naturais ajudam a livrar-se delas; descubra quais.

Homem que sofre de hemorroidas

As hemorroidas – um problema especialmente desconfortável

À semelhança de todo o organismo, o reto é percorrido por veias, que são designadas atualmente pelo termo “veias retais” mas que eram designadas antigamente pela expressão “veias hemorroidárias”. Estas veias são indispensáveis: participam no fenómeno da continência, ou seja, na capacidade de o nosso ânus reter as fezes (1).

Aquilo que se designa hoje em dia vulgarmente por “hemorroidas” é, na realidade, um problema das veias hemorroidárias. Com efeito, as hemorroidas são uma inflamação e uma dilatação excessiva destas veias, em torno do ânus. São uma espécie de varizes anais.

Inchadas e inflamadas, as hemorroidas podem causar prurido, ardor e por vez até mesmo sangrar e, sobretudo, tornar-se dolorosas. Por conseguinte, os problemas hemorroidários são particularmente desconfortáveis. Mesmo que, regra geral, desapareçam em poucos dias.

As pessoas mais sujeitas a hemorroidas são as grávidas (devido à pressão excessiva exercida pelo útero, que impede o retorno venoso) (2), as mulheres que acabaram de dar à luz por parto normal bem como as pessoas que sofrem de obstipação (3).

A obstipação é, na verdade, a principal causa das hemorroidas (4); a dificuldade em evacuar as fezes leva os indivíduos afetados por este problema a “fazer demasiada força”, o que conduz a uma pressão excessiva nas veias hemorroidárias, fazendo com que estas inchem. As oclusões que podem ser originadas pela obstipação agravam o problema, prejudicando o retorno venoso. É um ciclo vicioso.

É por esta razão que o primeiro tratamento das hemorroidas consiste em lutar contra a obstipação, nomeadamente adotando uma alimentação adequada (ver o nosso artigo sobre as fibras alimentares).

O banho em bidé; o remédio da avó contra as hemorroidas

É, sem dúvida, o remédio natural mais conhecido contra as hemorroidas (5), aquele utilizado pelas nossas avós e pelas avós delas no passado; o banho em bidé. Várias escolas se defrontam sobre este assunto:

  • a escola dos espartanos, que recomenda – e bem – praticar banhos em bidé com água fria ou mesmo gelada, de forma a acrescentar um efeito vasoconstritor ao efeito descongestionante do banho em bidé;
  • uma escola mais suave, que aposta nos banhos de bidé mornos, mais confortáveis, que contribuem para descongestionar as hemorroidas, mas sem efeito vasoconstritor.

Seja qual for a escola que escolher, o banho em bidé deve ser praticado, pelo menos, uma vez por dia com uma duração de 10 a 15 minutos. É também possível adicionar bicarbonato de soda à água para contribuir para a desinfeção das veias inflamadas.

O patchouli – um descongestionante eficaz

Descongestionante e anti-inflamatório (6), o óleo essencial de patchouli pode ser utilizado para realizar massagens suaves, com duração de um ou dois minutos, do ânus afetado por hemorroidas. Bastam algumas gotas (4 a 6 são o suficiente), uma a duas vezes por dia.

No entanto, atenção: o óleo essencial de patchouli tem uma ação semelhante aos estrogénios que o torna inadequado para consumo por grávidas, crianças e pessoas que sofram de patologias oncológicas hormono-dependentes.

O suplemento alimentar de castanha da Índia – um venotónico comprovado

A castanha da Índia é conhecida por ser um dos venotónicos naturais mais potentes (7). Por outras palavras, propicia o retorno venoso; permite fazer voltar o sangue dos membros inferiores para as partes superiores do corpo, e ajuda a “purgar” as hemorroidas. Esta virtude deriva, nomeadamente, do seu elevado teor em escina, uma mistura de saponinas.

Desta vez, atue desde o interior, optando pela via oral, com um suplemento alimentar rico em extrato de castanha da Índia. Existem, nomeadamente, fórmulas sinérgicas (como Hemo Comfort, que contém castanha da Índia e também diosmina, uma flavona extraída do fruto do Citrus aurantium, hesperidina, um cicloflavonóide de exceção e troxuretina, extraída das flores de Sophora japonica).

As compressas de hamamélis para acalmar o ânus

Um bonito arbusto apreciado pela sua floração de inverno, a hamamélis é também uma planta amplamente utilizada em fitoterapia para tratar naturalmente inúmeros problemas ligados à circulação sanguínea. De facto, a sua casca e folhas contêm taninos e flavonóides que protegeriam os vasos sanguíneos (8).

Por isso, é possível:

  • limpar delicadamente as hemorroidas com uma compressa embebida em extrato de hamamélis duas vezes por dia;
  • ou misturar extrato de hamamélis a gel de aloé vera para fazer uma massagem suave do ânus, exatamente como com o patchouli, mas sem os riscos associados.

O vinagre de cidra – ideal em caso de crises hemorroidárias

Contendo menos ácido acético, mas mais minerais, ácidos essenciais e enzimas do que os outros vinagres, o vinagre de cidra teria um efeito protetor das inflamações. Enquanto tal, pode ser utilizado para aplicar nas hemorroidas, duas ou três vezes por dia. É igualmente possível adicioná-lo à água de um banho em bidé (9).

Nota: obviamente, se a aplicação de vinagre de cidra nas suas hemorroidas lhe provocar desconforto (a acidez pode originar uma sensação de ardor), abandone esta prática e opte por outro método natural.

Bónus – a argila verde em cataplasma

A argila verde é reconhecida por purificar, desinfetar e facilitar a cicatrização dos tecidos. Remineralizante, teria igualmente uma ação antibacteriana. Muitas características que fazem dela um candidato de eleição para um outro remédio natural das avós e tradicional contra as hemorroidas: as cataplasmas de argila verde (10).

Basta simplesmente misturar argila verde em pó com água até obter uma pasta (com consistência de dentífrico) e depois aplicá-la nas hemorroidas, cobrindo com uma compressa, durante uma boa meia-hora. Repita a operação duas a três vezes por dia até que as hemorroidas acalmem.

Referências

  1. HAAS, Peter A., FOX, Thomas A., et HAAS, Gabriel P. The pathogenesis of hemorrhoids. Diseases of the colon & rectum, 1984, vol. 27, no 7, p. 442-450.
  2. STAROSELSKY, Arthur, NAVA-OCAMPO, Alejandro A., VOHRA, Sabina, et al.Hemorrhoids in pregnancy. Canadian Family Physician, 2008, vol. 54, no 2, p. 189-190.
  3. RISS, Stefan, WEISER, Friedrich Anton, SCHWAMEIS, Katrin, et al.The prevalence of hemorrhoids in adults. International journal of colorectal disease, 2012, vol. 27, no 2, p. 215-220.
  4. JOHANSON, John F. et SONNENBERG, Amnon. The prevalence of hemorrhoids and chronic constipation: an epidemiologic study. Gastroenterology, 1990, vol. 98, no 2, p. 380-386.
  5. SHIRAH, Bader Hamza, SHIRAH, Hamza Asaad, FALLATA, Abdelelah Hussein, et al.Hemorrhoids during pregnancy: Sitz bath vs. ano-rectal cream: A comparative prospective study of two conservative treatment protocols. Women and Birth, 2018, vol. 31, no 4, p. e272-e277.
  6. PULLAGUMMI, Chakrapani, RAO, Nirmala Babu, SINGH, B. Chandra Sekhar, et al.Comparitive studies on antibacterial activity of Patchouli [Pogostemon cablin (Blanco) Benth] and Geranium (Pelargonium graveolens) aromatic medicinal. African Journal of Biotechnology, 2014, vol. 13, no 23.
  7. GUILLAUME, M. et PADIOLEAU, F. Veinotonic effect, vascular protection, antiinflammatory and free radical scavenging properties of horse chestnut extract. Arzneimittel-forschung, 1994, vol. 44, no 1, p. 25-35.
  8. KORTING, H. C., SCHÄFER-KORTING, M., HART, H., et al.Anti-inflammatory activity of hamamelis distillate applied topically to the skin. European journal of clinical pharmacology, 1993, vol. 44, no 4, p. 315-318.
  9. LEE, Kun W. et JACOB, Sharon E. Apple cider vinegar baths. Journal of the Dermatology Nurses' Association, 2018, vol. 10, no 1, p. 59.
  10. LEO, Cosimo Alex, CHANDRASINGHE, Pramodh, HODGKINSON, Jonathan D., et al.Technical Tips and Tricks of Outpatient Treatments for Hemorrhoids. Hemorrhoids, 2018, p. 151.

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