Talvez nunca tenha ouvido falar dos suplementos de berberina. No entanto, este princípio ativo natural é utilizado para fins terapêuticos há vários anos, especialmente nas medicinas tradicionais asiáticas. Atualmente, os cientistas interessam-se particularmente pelas propriedades e pelos benefícios da berberina no tratamento da diabetes de tipo 2...
A berberina é um princípio ativo natural cujo nome tem origem nas plantas a partir das quais foi extraída pela primeira vez: as berberidaceae. Entre estas, uma das mais conhecidas é a uva-espim, também conhecida sob o nome de espinha-bérberis. Possuindo o nome científico Berberis vulgaris, a espinha-berbéris é um arbusto que produz pequenas bagas nas quais se encontra a berberina. Embora nos dias de hoje seja quase exclusivamente extraída das bagas da espinha-bérberis, a berberina foi identificada noutras berberidaceae, entre as quais as espécies Berberis aristata e Berberis petiolaris. Também foi descoberta noutras famílias de plantas, nomeadamente nas Ranunculáceas (Coptis chinensis, Coptis teeta(…), nas Papaveráceas (Chelidonium malus, Sanguinaria canadensis…), nas Menispermáceas (Tinospora cordifolia(…), nas Rutáceas ((Phellodendron amurense(…), nas Fumariáceas e nas anonáceas.
Contendo berberina, a família botânica das berberidaceae está vastamente representada na farmacopeia tradicional asiática. Encontram-se nomeadamente várias berberidaceae nos tratados de medicina chinesa e de medicina aiurvédica. Estas plantas medicinais são tradicionalmente utilizadas pela sua atividade antidiarreica, antimicrobiana e antiprotozoária. Graças aos avanços da ciência, esta potente ação anti-infecciosa foi atribuída a vários princípios ativos, entre os quais a berberina. Ao longo dos anos e das investigações, este princípio ativo natural revelou, posteriormente, numerosos outros benefícios, particularmente para o tratamento da diabetes de tipo 2. Sobre este assunto, talvez já tenha ouvido falar da relação entre a berberina e a metformina, esse antidiabético oral correntemente utilizado no tratamento inicial da diabetes de tipo 2. Mais informações no parágrafo seguinte.
Os estudos efetuados sobre a berberina revelam que este princípio ativo natural tem uma ação comparável à da metformina. Considerado como o tratamento básico da diabetes de tipo 2, este antidiabético oral partilha, com efeito, o mesmo modo de ação com a berberina: uma ação anti-hiperglicemiante. Por outras palavras, a metformina e a berberina atuam ambas para reduzir os níveis de açúcar no sangue e, assim, evitar as hiperglicemias características da diabetes de tipo 2. Os estudos revelam que estes dois princípios ativos intervêm no organismo através de diferentes mecanismos complexos. Se detalharmos alguns no parágrafo seguinte, os dados científicos atuais sugerem que a berberina é uma alternativa interessante à metformina. Com efeito, vários estudos compararam a eficácia destes dois princípios ativos e revelaram resultados a favor da utilização da berberina para reduzir os níveis de glicose sanguínea nos doentes diabéticos de tipo 2.
Tendo em conta os seus efeitos idênticos à metformina, a berberina foi objeto de numerosos estudos científicos nestes últimos anos. Sem serem exaustivos, os parágrafos abaixo apresentam as últimas descobertas dos investigadores.
Poder antioxidante. Tal como numerosos fitonutrientes, a berberina atua como um antioxidante natural. Tal significa que é capaz de combater o stress oxidante, ou stress oxidativo. Caracterizado por uma acumulação de espécies reativas no organismo, este fenómeno está na origem de numerosos danos celulares. Também está envolvido no envelhecimento celular.
Ação anticancro. Graças às suas propriedades antioxidantes, a berberina pode, assim, contribuir para a defesa do organismo, prevenir certas afeções e ter efeitos antienvelhecimento. É, de resto, por essa razão que a berberina entra na composição de suplementos alimentares anti-idade, como a formulação Longevity Nutrients. Esta associa nomeadamente um extrato de Phellodendron amurense padronizado em berberina a um extrato de maçã padronizado em polifenóis e a um extrato de reishi padronizado em polissacarídeos. Este suplemento anti-idade é tanto mais eficaz que a berberina tem uma estrutura química que lhe permite associar-se facilmente a outros princípios ativos para aumentar os efeitos.
Ação anti-infecciosa. Plantas contendo berberina, as berberidaceae são muito populares na Ásia pelas suas virtudes anti-infecciosas. Os estudos revelam que a berberina pode lutar contra o desenvolvimento de um certo número de agentes infecciosos. Por exemplo, possui propriedades antibacterianas contra os estafilococos, os estreptococos e as salmonelas. Ao que parece, age igualmente contra outros parasitas com uma ação antiamibiana e antiprotozoária.
Atividade anti-inflamatória. Pode igualmente lutar contra as reações inflamatórias induzidas pelos agentes infecciosos. Vários estudos revelaram, com efeito, que a ingestão alimentar regular de berberina pode contribuir para reduzir as respostas inflamatórias.
Ação antidiabética. Como referido anteriormente, a berberina possui a mesma ação anti- hiperglicemiante que a metformina. Os estudos revelaram que pode diminuir os níveis de glicose sanguínea de diferentes formas. Os investigadores destacaram nomeadamente a sua ação sobre uma enzima implicada no metabolismo da glicose: a AMPK. Permitindo a ativação desta enzima, a berberina aumenta a sensibilidade à insulina e favorece a captação e a utilização da glicose no organismo. Segundo certos estudos, permite igualmente controlar a gliconeogénese, um mecanismo que conduz à síntese de glicose a nível do fígado. Por conseguinte, as diferentes ações da berberina permitem reduzir os níveis de glicose no sangue e, assim, combater as hiperglicemias características da diabetes de tipo 2.
Potencial hipolipemiante. Graças à sua ação ativadora sobre a AMPK, a berberina parece também melhorar o perfil lipídico, diminuindo os níveis de triglicerídeos e de colesterol no sangue.
Tendo em conta as suas numerosas propriedades, a berberina é uma molécula com um elevado potencial terapêutico. Sem serem exaustivos, os parágrafos abaixo apresentam as suas utilizações terapêuticas tradicionais e os seus usos mais recentes.
Doenças infecciosas. Na Ásia, as berberidaceae são utilizadas há numerosos anos na prevenção e no tratamento de determinadas doenças infecciosas. São designadamente utilizadas para combater os agentes infecciosos que se encontram na origem da diarreia.
Diabetes de tipo 2. Desde alguns anos que a berberina suscita uma atenção especial por parte dos investigadores pela sua ação antidiabética idêntica à da metformina. Ela constitui uma vantagem não negligenciável no tratamento do crescente número de doentes diabéticos. Em 2014, os especialistas consideravam que a diabetes de tipo 2 atingia mais de 400 milhões de pessoas em todo o mundo, sem contar o número significativo de diabéticos não diagnosticados.
p>Perturbações metabólicas. Além do seu interesse para o tratamento da diabetes de tipo 2, ela pode ajudar no combate a numerosas outras perturbações metabólicas. Pode, nomeadamente, contribuir para prevenir as complicações associadas ao excesso de peso e à obesidade.Esteatose hepática não-alcoólica. Recentemente, vários estudos revelaram igualmente o seu interesse na prevenção e no tratamento da esteatose hepática não-alcoólica. Mais conhecida sob o acrónimo inglês NASH, esta inflamação do fígado é devida a um armazenamento anormal das gorduras a nível das células hepáticas. Em poucos anos, a NASH tornou-se um desafio importante de saúde pública, como testemunham os numerosos artigos publicados sobre este assunto. “Doença do fígado gordo humano”, “Doença da má alimentação”, “Doença do século” … Os títulos sobre a NASH fazem referência à sua causa principal, isto é, a evolução dos nossos modos de vida com, nomeadamente, o sucesso do fast-food e dos produtos hipercalóricos. Anti-hiperglicemiante e hipolipemiante, a berberina é considerada como uma pista terapêutica promissora para a prevenção das complicações associadas à NASH.
Para capitalizar os benefícios da berberina, esta é extraída de diferentes plantas. Apresenta-se sob forma de um pó amarelo utilizado para a formulação de numerosos suplementos alimentares.. Por exemplo, o suplemento de berberina proposto no catálogo SuperSmart é formulado a partir de um extrato de uva-espim (Berberis vulgaris) padronizado em 97% de berberina. O mesmo é dizer que este suplemento apresenta uma das melhores dosagens possíveis!
Em suplementação nutricional, também é possível encontrar a berberina associada a outros princípios ativos. Uma formulação inédita foi nomeadamente desenvolvida associando um extrato de Berberis vulgaris padronizado em 97% de berberina, um extrato de Gynostemma pentaphyllum padronizado em 98% de ginsenosídeos e um extrato de Buxus sinica padronizado em 98% de fisetina. Reunidos no suplemento AMPK Booster, estes três extratos permitem aumentar naturalmente a AMPK, uma enzima-chave do metabolismo. A sua ativação permite lutar contra um grande número de perturbações metabólicas: hiperlipemias, hipercolesterolemias, hiperglicemias características da diabetes de tipo 2… Os estudos efetuados em modelos animais revelam que a ativação da AMPK pode contribuir para aumentar a longevidade.
Até à data, ainda não existe qualquer dosagem recomendada para a berberina. Segundo os dados científicos atuais, a posologia varia segundo o caso entre 500 e 1500 mg por dia. Alguns estudos sugerem que esta dose diária pode mesmo ser aumentada até 2000 mg por dia em alguns casos especiais, numa curta duração sob supervisão médica. Em todos os casos, não hesite em pedir conselho a um profissional de saúde para o ajudar a escolher o melhor suplemento alimentar adaptado às suas necessidades.
Até à data, não foi referido qualquer efeito secundário importante aquando da utilização da berberina em suplementação. No entanto, tal como qualquer princípio ativo, esta substância pode apresentar algumas contraindicações. Recomenda-se a obtenção de um parecer médico especialmente às pessoas que estão a seguir um tratamento. A berberina pode, com efeito, interagir com os princípios ativos de determinados medicamentos. Por fim, por medida de precaução, os suplementos de berberina são desaconselhados às mulheres grávidas ou lactantes, bem como às crianças.
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BOURDIN