Deseja fazer o pleno de probióticos e de prebióticos no seu prato? Descubra neste artigo os alimentos que os contêm.
O nosso trato intestinal é povoado por cerca de 100 000 mil milhões de microrganismos vivos organizados essencialmente em bactérias, fungos e leveduras (1). Esta vasta comunidade designa-se microbiota intestinal – antes conhecido por flora intestinal. Concentra-se essencialmente no intestino delgado e no cólon, dado que a acidez do estômago cria um terreno hostil ao seu desenvolvimento.
Um microbiota equilibrado, com uma flora diversificada e suficientemente rico em bactérias benéficas, é considerado um vetor de boa saúde. Intervindo na digestão, no metabolismo e na imunidade, tem também uma relação estreita com o sistema nervoso, o que lhe vale o apelido de “segundo cérebro” (2-4).
Por esta razão, é crucial cuidar do seu microbiota propiciando a implantação de bactérias amigas nos seu sistema digestivo. Para o fazer, pode apostar em duas abordagens complementares:
Povoados de bactérias lácticas (tradicionalmente Streptococcus thermophilus e Lactobacillus bulgaricus, ou até mesmo Bifidobacterium no caso dos que têm bifidus), os iogurtes fornecem um pequeno concentrado de probióticos bem-vindo no final da refeição (5). Prefira, no entanto, o clássico iogurte natural às versões muito transformadas industrialmente (como o iogurte com aroma de fruta).
E o queijo? Algumas variedades de queijo curado ou com leite cru demarcam-se pelo seu bom teor em probióticos, como o gouda, o mozzarella, o cheddar, o gruyère ou o roquefort (6). Mais light, o queijo fresco e o requeijão constituem excelentes opções.
Fazem borbulhar os nossos copos! Ricas em probióticos naturais, as bebidas fermentadas constituem uma alternativa saudável aos refrigerantes.
Consumido no Cáucaso desde a Antiguidade, o kefir resulta da fermentação do leite animal ativada por sementes de kefir, amálgamas de bactérias lácticas e de leveduras (7). Está também disponível na forma de kefir de fruta, confecionado à base de sumo de fruta, açúcar e especiarias.
Muito popular na Ásia, a kombucha obtém-se a partir de um curioso cogumelo com o mesmo nome (na realidade, uma cultura simbiótica de bactérias-leveduras) mergulhado numa infusão de chá açucarado (8). Daí resulta uma bebida ácida e gasosa, com um muito baixo teor de álcool.
Chucrute, kimchi, cornichons, picles… Todos estes legumes foram sujeitos a lactofermentação. Este processo de conservação assenta na conversão dos glúcidos em ácido láctico por intermédio das bactérias lácticas dos alimentos. Esta reação confere-lhes uma acidez típica.
Além de proteger as iguarias dos organismos patogénicos, esta fermentação láctica permite-lhe enriquecer facilmente o seu menu em probióticos (9). É inútil consumi-los em grande quantidade; 1 a 2 colheres de sopa por dia bastam.
A cozinha asiática utiliza-a em todos os molhos. Portadores do requintado sabor umami, os derivados fermentados da soja contêm igualmente uma mina de probióticos (10).
Na Indonésia, o tempeh (feijão de soja descascado fermentado a partir do cogumelo Rhizopus oligosporus) substitui facilmente a carne. O miso, nascido da fermentação da soja, do arroz e da cevada, entra no último minuto nos caldos japoneses. Quanto ao molho de soja, alegra as marinadas (deve usar-se com parcimónia pois é muito salgado!)
Na levedura de cerveja, encontrará um fungo microscópico designado Saccharomyces cerevisiae. Utilizado na confeção da cerveja, apresenta-se na forma inativa em pepitas para polvilhar. Além do seu teor em probióticos, contém inúmeras vitaminas do complexo B, proteínas e diversos oligoelementos (crómio, selénio…) (11).
Para proliferar eficazmente, as bactérias boas precisam de combustível! Como não atravessam a parede intestinal, as fibras alimentares são açúcares não digeríveis que fermentam no intestino e apoiam o crescimento dos microrganismos benéficos.
Onde encontrar estes preciosos prebióticos? Essencialmente no reino vegetal. Do lado das frutas e legumes, o espargo, o alho, a cebola, o alho-francês, a alcachofra e a banana estão no pódio (12). Muito esquecida nos nossos pratos, a chicória vale o desvio, graças ao seu teor de inulina – uma fibra da classe dos fructanos. Atribua também um papel relevante às leguminosas e aos cereais integrais.
Um pequeno conselho – se não tem o hábito de a ingerir, aumente os seus aportes muito progressiva para evitar desarranjos intestinais.
E se potenciasse ainda mais os seus aportes diários de microrganismos através da toma de suplementos destinados ao microbiota? Descubra estes excelentes apoios microbióticos.
Figura entre as estirpes mais célebres. Estudada desde os anos 80, o Lactobacillus gasseri é uma bactéria láctica naturalmente presente no leite materno humano. Inúmeras publicações interessaram-se pela forma como interage com o metabolismo humano (13-14).
Para explorar plenamente os seus benefícios, opte por um suplemento com uma dose suficiente cujo acondicionamento resista à acidez do estômago (como Lactobacillus gasseri, cápsulas enterossolúveis que lhe fornecem 12 mil milhões de microrganismos por dia).
Cada estirpe possui o seu campo de ação próprio. Algumas fórmulas de microbióticos reúnem assim vários microrganismos aptos a colonizar diferentes níveis do tubo digestivo. Por exemplo, o Lactobacillus acidophilus fixa-se nas mucosas bocais e digestivas, ao passo que o Saccharomyces cerevisiae tem uma afinidade mais específica com o trato intestinal baixo.
É por essa razão que suplementos inovadores os associam em sinergias potentes (à semelhança de Colon Friendly, uma fórmula que combina as 4 estirpes reputadas Saccharomyces cerevisiae, Bifidobacterium longum infantis, Bifidobacterium longum longum e Lactobacillus acidophilus) (15-16).
Infelizmente, nem todas as estirpes bacterianas são amigáveis. É caso da temida Helicobacter pylori, uma das raras a resistir ao meio ácido do estômago, frequentemente associada a azia e úlceras gástricas (17).
Inúmeros estudos interessam-se pelas trocas entre as bactérias benéficas e as bactérias patogénicas. Munida de moléculas de adesão capazes de se fixar nas paredes da H. pylori, a estirpe inativada DMS 17648 de Lactobacillus reuteri (disponibilizada no suplemento patenteado H. Pylori Fight) abre uma via particularmente promissora (18-19).
Nos suplementos microbióticos, o método de fabrico é crucial. Condiciona a forma como os probióticos são colocados em estado de dormência. O método mais comum, a atomização, conduz inevitavelmente à morte de uma parte dos microrganismos expondo-os a tensões significativas (20).
Mais oneroso, o recurso à liofilização proporciona-lhes uma maior estabilidade durante o transporte até às vias intestinais (o suplemento Probio Forte, que agrupa 3 lactobacilos com Bifidobacterium lactis e Lactococcus lactis, assenta justamente neste método de vanguarda).
Já ouviu falar dos pós-bióticos? Ao invés dos probióticos clássicos, estes contêm microrganismos inativados por meio de tratamento térmico para eliminar os seus inibidores. A sua ação é, por conseguinte, maximizada.
Descoberta num narezushi, um sushi fermentado, a estirpe Lactobacillus plantarum L-137 explorou tão bem esta inativação pelo calor que figura como o fungo dos imunobióticos (que integra o suplemento microbiótico inovador Lactobacillus Plantarum PostBiotic, apoiado por vários ensaios clínicos) (21-22).
Referências
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