Os pesticidas – as substâncias utilizadas para combater os organismos “nocivos” – continuam a contaminar a nossa alimentação. Descubra como fazer face, no quotidiano, a estes compostos tóxicos.
As consequências da utilização dos pesticidas são dramáticas; a Europa gasta anualmente milhares de milhões de euros para tornar potável a água cada vez mais contaminada (1). Os pesticidas acumulam-se nos lençóis freáticos e perturbam o ciclo da vida em todas as suas fases (2), contribuindo plenamente para a 6ª extinção em massa que afeta atualmente o planeta. Os nossos cursos de água apresentam ainda concentrações de atrazina, uma molécula proibida desde 2003 e estima-se que será ainda preciso esperar quase 50 anos até que ela desapareça por completo (3)…
As consequências são também dramáticas para a nossa saúde, que os pesticidas afetam profundamente. Durante muito tempo acreditou-se que a exposição crónica aos pesticidas, através dos alimentos que ingerimos e da água que bebemos, não tinha qualquer consequência; mas atualmente o bom senso voltou ao de cima.
Não há qualquer estudo que tenha conseguido determinar com clareza o impacto de uma tal exposição a tão longo prazo para a saúde, muito menos tendo em conta a sinergia de todos os pesticidas com que somos confrontados.
Primeiro, porque existe um tempo de latência grande entre a exposição aos produtos e o surgimento de problemas (4), como no caso do tabaco e do amianto, na sua época. Depois, porque se trata de estudos dispendiosos que não trazem lucro a qualquer empresa. Assistimos, aliás, a estratégias de influência do lobby agro-industrial (5) que têm um ar de déjà-vu, mas que infelizmente continuam a funcionar muito bem…
Temos, portanto, de nos basear nos muitos estudos de mais curta duração para tentar prever os efeitos suspeitos a longo prazo. É procedendo desta forma que o “Centre international pour la Recherche sur le Cancer” da OMS, alertado pelas desgraças cada vez mais numerosas que afetam os agricultores, conseguiu classificar como prováveis cancerígenos (grupo 2A) ou possíveis cancerígenos (grupo 2B) inúmeros herbicidas e inseticidas utilizados em grandes quantidades na Europa e nos Estados Unidos da América (6).
Uma vez no organismo, os pesticidas aumentariam a produção de espécies reativas (7) capazes de desnaturar o ADN das células, ao mesmo tempo que reduziriam o sistema antioxidante, que contribui para os neutralizar (8). Este desequilíbrio seria responsável por uma grande variedade de problemas de saúde (9-13).
Insistimos no facto de que estes efeitos nefastos não estão reservados só aos agricultores! Verificam-se também quando os pesticidas são ingeridos por meio dos alimentos contaminados. Também neste caso, vários estudos mostraram que não se trata de uma lenda: encontram-se níveis preocupantes de glifosato bem como de alguns dos seus metabolitos na urina de pessoas que não manipulam este produto no quotidiano (14), tanto na Europa como nos Estados Unidos da América. Alguns investigadores conseguiram mesmo comparar os níveis deste pesticida em 1996 e em 2016 numa centena de indivíduos. Os resultados? Uma subida de cerca de 1200% em 20 anos, de 0,024 μg/L para 0,314 μg/L (15).
Estudos realizados com animais mostraram também que uma exposição crónica a concentrações muito fracas de glifosato leva a danos hepáticos graves (16). Por outro lado, sabe-se muito pouco sobre a exposição cutânea a longo prazo que afeta principalmente quem reside próximo das zonas de aplicação do produto. Mas também neste caso, o dossier parece seguir um caminho semelhante ao do amianto (17)…
Obviamente, certos pesticidas demasiado desacreditados arriscam ser proibidos nos próximos anos (a utilização do glifosato, por exemplo, está a ser debatida na Europa), mas outros poderiam ser substituídos por outros produtos cuja nocividade terá de ser novamente demonstrada…
Infelizmente, o percurso clássico de um pesticida é conhecido:
Tudo indica que é preciso agir com rapidez antes que uma crise ecológica ou de saúde pública acabe por nos obrigar a isso.
À escala da sociedade, é urgente começar a fazer escolhas corajosas. Realçamos que o poder da mudança está também nas nossa mãos. Escolher alimentos provenientes de agricultura biológica é incentivar os agricultores e os criadores de gado a abandonar um sistema aberrante e tóxico, mas também incentivá-los a converter-se a métodos de produção sustentáveis e saudáveis. E, evidentemente, é também a melhor forma de minimizar a ingestão de pesticidas pelo nosso dans organismo (apesar de, por vezes, serem permitidos alguns pesticidas na agricultura biológica – mas em quantidade muito inferior).
À escala individual, é igualmente importante adotar determinadas práticas:
Estudos in vitro e in vivo mostraram que os nutrientes antioxidantes podem contribuir para proteger as células dos danos infligidos pelas espécies reativas dos pesticidas. Proporcionam um verdadeiro suporte quando o stress oxidativo atinge níveis anormalmente elevados (18), o que acontece em caso de exposição crónica a pesticidas (19), mas também em caso de stress permanente, má alimentação ou sono de má qualidade. Fixámos vários suplementos antioxidantes que proporcionaram satisfação durante estudos realizados especificamente sobre o stress oxidativo ligado aos poluentes ambientais:
Todos contribuem para proteger as células do stress oxidativo. Algumas fórmulas, como AntiOxidant Synergy foram especialmente concebidas para reunir excelentes compostos naturais com propriedades antioxidantes: curcumina, extrato de mirtilo, extrato de grainhas de uva, etc.
“Estamos cada vez mais expostos aos pesticidas, mas a maioria das pessoas não tem consciência de que os absorve na sua alimentação…” lamentava recentemente Paul Mills, um dos investigadores que se dedica a estudar o teor em glifosato no nosso organismo. Ele pode ficar descansado: agora já está informado…
Referências
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